O
julgamento no Conselho Nacional de Justiça dos desembargadores
afastados Osvaldo Cruz e Rafael Godeiro acerca do envolvimento no desvio
de recursos para pagamento de precatórios começou. O procurador-geral
de Justiça do RN, Manoel Onofre Neto, fez a sustentação oral das
acusações contra os desembargadores. Segundo Manoel Onofre, um laudo da
Polícia Federal confirmou que as assinaturas nos documentos de
autorização de pagamentos a laranjas no esquema de desvios de
precatórios eram de Osvaldo Cruz.
Como
amplamente divulgado no ano passado, a defesa de Osvaldo Cruz questiona
a autenticidade das assinaturas do desembargador afastado nos ofícios
de autorização de pagamento para o esquema. Um perito particular atestou
que as assinaturas não eram do desembargador e portanto falsificadas.
Contudo, segundo Onofre, uma outra perícia, realizada pela Polícia
Federal, confirmou a autenticidade das assinaturas. A perícia foi
realizada no âmbito do Superior Tribunal de Justiça, onde os
desembargadores são investigados no âmbito criminal.
A
defesa de Osvaldo Cruz questionou durante o julgamento do Conselho
Nacional de Justiça a validade da delação premiada celebrada entre o
Ministério Público Estadual e a ex-chefe de precatórios Carla Ubarana.
Para o advogado Ademar Rigueira Neto, que representa Osvaldo, a delação
foi feita sem respeitar as regras deste tipo de procedimento.
“A
delação da senhora Carla Ubarana foi realizada sem voluntariedade,
porque ela exigiu do Ministério Público a revogação da prisão para poder
acusar os desembargadores. A revogação para ela e para o seu marido. E o
Ministério Público concordou com isso, mesmo com a senhora Carla
afirmando que não tinha provas”, disse Ademar Rigueira.
O
advogado Bóris Trindade, que representa o desembargador afastado Rafael
Godeiro, no processo administrativo que tramita no Conselho Nacional de
Justiça, argumentou que Carla Ubarana é “protegida do Ministério
Público”. Trindade argumentou que as palavras Carla Ubarana e George
Leal, considerados os principais operadores do esquema de desvio de
recursos para pagamentos de precatórios, não são confiáveis.
Nenhum comentário:
Postar um comentário