O Ministério da Saúde vai
expandir a oferta de tratamento contra aids a todos os adultos que sejam
diagnosticados soropositivos, independentemente do estágio da doença. O
novo protocolo de atendimento a pessoas com HIV, cujo período de
consulta pública se encerra em 5 de novembro, prevê a opção ao paciente
de iniciar o tratamento logo após a confirmação da presença do vírus no
organismo.
Com isso, amplia-se a qualidade de
vida da pessoa em tratamento e é reduzida a possibilidade de transmissão
do vírus - estudos internacionais evidenciam que o uso precoce de
antirretrovirais reduz em 96% a taxa de transmissão do HIV.
A expectativa é que a expansão da
oferta de tratamento beneficie mais de 100 mil pessoas. "Mais uma vez, o
Brasil adota uma posição de vanguarda na resposta à epidemia de aids no
mundo, com estímulo ao diagnóstico cada vez mais precoce e ampliação do
tratamento integralmente gratuito", avalia o ministro da Saúde,
Alexandre Padilha. Além do Brasil, apenas França e Estados Unidos
ofertam medicamento antirretroviral aos pacientes soropositivos sem
qualquer comprometimento do sistema imunológico.
Segundo o secretário de Vigilância em
Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, "o novo tratamento
proposto é bom tanto para o indivíduo, que terá uma melhor qualidade de
vida, quanto para o controle da epidemia, ao diminuir a possibilidade de
transmissão do vírus entre a população".
Desde o início de 2013, o Ministério
da Saúde já havia expandido o uso de antirretroviral a casais
sorodiscordantes (aqueles em que um dos parceiros tem o vírus e o outro,
não), com CD4 (células de defesa do organismo que indicam o
funcionamento do sistema imunológico) acima de 500 células para cada
milímetro cúbico de sangue. Assim como para pacientes que conviviam com
outras doenças como tuberculose e hepatite e pacientes assintomáticos
com CD4 menor de 500. Pelo novo protocolo, a alternativa de tratamento
será oferecida ao indivíduo independentemente do nível de CD4.
TRATAMENTO
O Ministério da Saúde disponibiliza o
tratamento com medicamentos antirretrovirais, integralmente gratuitos, a
313 mil pacientes com AIDS. Esse universo de pessoas tratadas mais que
dobrou desde 2003, quando o número de pacientes acompanhados era de 132
mil.
A expansão da oferta de medicamentos
foi acompanhada de fortalecimento da produção nacional dos itens.
Atualmente, o Brasil fabrica metade dos 20 medicamentos ofertados pelo
SUS. Só nos últimos dois anos, foram incorporados duas novas drogas -
Tipranavir e Maraviroque.
O investimento federal no combate à
aids e às demais doenças sexualmente transmissíveis chegou a R$ 1,2
bilhão em 2013, dos quais cerca de R$ 800 milhões custeiam a oferta dos
medicamentos. Há 10 anos, a verba era quase metade disso: R$ 689
milhões, dos quais R$ 551 milhões usadas em tratamento.
O Brasil registra em média cerca de 38
mil casos de aids por ano. Desde os anos 80, quando teve início a
epidemia, o País já contabilizou 656 mil casos. Estima-se que atualmente
cerca de 700 mil pessoas vivam com HIV e aids no país, mas 150 mil não
sabem sua condição.
Para acessar esse público, o
Ministério da Saúde tem investido na ampliação do acesso à testagem por
meio do projeto de mobilização do Fique Sabendo, que incentiva a
realização do teste de aids, conscientizando a população sobre a
importância da realização do exame.
Atualmente, 345 Centros de Testagem e
Aconselhamento (CTAs) disponibilizam o teste rápido para HIV, além de
oferecer aconselhamento sobre prevenção, diagnóstico, tratamento e
qualidade de vida, além das maternidades publicas e dos serviços
especializados. O exame também está presente em mais da metade das
unidades básicas.
Fonte: Jornal Metropolitano